A Amazon lançou no último dia 18 o Amazon Prime Video, streaming de filmes e séries online que compete diretamente com o Netflix. O serviço não é novo, pois já era disponível para usuários do Amazon Prime, assinatura completa da gigante do e-commerce que inclui até entrega rápida nos Estados Unidos. Mas, agora que é independente, acessível na web, Android e iPhone (iOS) com pagamento mensal, será que pode ser uma alternativa ao Netflix? Testamos.
Confira as primeiras impressões sobre o Amazon Prime Video e veja um resumo com os pontos fortes e fracos em quesitos como acervo, preço e facilidade de uso da plataforma de streaming.
Conheça o Prime Video, plataforma de streaming da Amazon que concorre com a Netflix (Foto: Reprodução/Paulo Alves)
Catálogo atrativo, principalmente de TV
O Netflix não tem no acervo de filmes o seu forte, o que acaba deixando o Prime Video um pouco à frente. Entre os títulos disponíveis, há filmes relativamente recentes como as ficções científicas Ex Machina e Interestelar, além de Jogos Vorazes: A Esperança, Parte 1. Desses, só Jogos Vorazes está na biblioteca do Netflix, que tem um acervo mais robusto de séries de TV, por exemplo.
Prime Video tem vários filmes mais novos do que Netflix (Foto: Reprodução/Paulo Alves)
Mas, a vantagem principal está na oferta de séries. Há dois motivos principais: além da Amazon ter sua própria coleção de produções, como a premiada Transparent, traz vários programas exclusivos da HBO e outros canais como Newsroom, The Wire, Girls, Sopranos, Veep e True Blood. Há também temporadas mais recentes de Downton Abbey, Orphan Black e outras séries não atualizadas no rival.
Um ponto do Prime Video que chama atenção é a quantidade de gêneros e categorias disponíveis para a busca de filmes e séries. Diferentemente do Netflix, que seleciona um conjunto de filtros dependendo do perfil do usuário, o concorrente da Amazon disponibiliza todos eles sempre à vista, no menu lateral – não é preciso, portanto, destravar gêneros de forma alternativa.
Porém, a usabilidade não chega a ser simples. Como a Amazon oferece muitos serviços além do streaming de vídeo, que vão das lojas de produtos físicos e livros digitais até o aluguel de filmes e programas de TV sob demanda – ou seja, com pagamento avulso não incluso no Prime Video – a interface acaba ficando desorganizada. No final, o usuário não tem tanta facilidade e praticidade quanto no Netflix.
Serviço tem whishlist e notas, mas não é tão fácil de usar quanto Netflix (Foto: Reprodução/Paulo Alves)
Esse é um ponto fraco visto principalmente na busca geral, que não filtra resultados somente do Amazon Prime Video. Ao pesquisar por qualquer conteúdo, o assinante do serviço pode dar de cara com um título aparentemente disponível, só para descobrir, na hora de dar o play, que se trata de um conteúdo não incluído na assinatura. Embora não seja um defeito impossível de ser contornado – há selos “Included with Prime” espalhados pelo site – é um problema que pode causar frustração.
De resto, a plataforma traz alguns recursos esperados, como notas aos filmes e séries, e criação de listas de itens que você deseja assistir no futuro.
O design também não é dos melhores
Além de ser mais desorganizado que o rival, o Amazon Prime Video também é, certamente, menos atrativo visualmente. Se por um lado o do Netflix é cheio de imagens e animações interessantes que deixam a experiência no navegador e no celular estimulante, o novo serviço independente da Amazon traz a mesma aparência da loja virtual: com exceção da página inicial, tem textos demais e imagens de menos.
Aparência do Prime Video pode não agradar a todos (Foto: Reprodução/Paulo Alves)
O mesmo se aplica ao app para Android e iOS: não oferecem transições bonitas e
... outros grandes atrativos no desenho, limitando-se na funcionalidade específica de reproduzir os vídeos disponíveis na sua assinatura Prime Video.
Vídeos offline, para assistir em qualquer lugar
O Amazon Prime Video tem apps disponíveis para muitas plataformas, que vão muito além dos programas para iPhone, iPad e Android. O serviço é compatível com Xbox 360 e One, PS3 e PS4 e outros consoles; Smart TVs de várias marcas, como Samsung, Sony e LG; e até com alguns modelos de reprodutores Blu-Ray. Fica atrás do Netflix somente na incompatibilidade com Apple TV.
Serviço pode ser acessado em muitas plataformas, com download no iPhone e Android (Foto: Divulgação/Amazon)
Mas, é nos apps para Android e iOS que o Prime tem seu principal atrativo. Neles, o usuário pode selecionar filmes e séries do acervo online, baixar tudo na memória do aparelho e assistir offline. É uma vantagem muito grande para quem leva o tablete no avião ou simplesmente quer ter a comodidade de assistir algo no celular sem gastar 4G, já que é possível fazer o download no Wi-Fi de casa antes de sair.
No Android e iOS é possível baixar vídeos para assistir offline (Foto: Reprodução/Paulo Alves)
O conteúdo baixado deve ser visto dentro de um prazo limitado, que varia conforme o título escolhido. Mas, o app se compromete a avisar o usuário sobre o fim do período de visualização antes que ele acabe, por meio de uma notificação no dispositivo móvel.
Limitado no Brasil – talvez para sempre
A opção de streaming de vídeos da Amazon tem um pacote interessante, que inclui séries famosas, filmes relativamente novos e até download de títulos offline, mas é muito limitado para brasileiros. O serviço não chegou oficialmente no país, e nem deve chegar tão cedo: segundo uma nota oficial, “a Amazon não especula planos futuros”.
Isso significa que, se você quiser ter acesso ao acervo, terá que usar VPN no navegador, que causar lentidão se você não tiver um plano pago de rede virtual, e ainda ter que baixar o app para celular em lojas alternativas – a versão para Android nem está no Google Play. Além disso, terá que pagar com cartão de crédito internacional, com mensalidade sujeita a IOF e à variação do dólar.
O Amazon Prime vídeo custa US$ 8,99 (R$ 32) sem conteúdo em alta resolução ou US$ 9,99 (R$ 36) com vídeos em HD e, em alguns casos, também em 4K. É possível testar o serviço por um mês antes de assinar, desde que os dados do cartão sejam informados de antemão.
