Na coluna anterior discutimos o evento “Windows 10 – The next chapter”, realizado no último dia 21 pela MS para divulgar junto à imprensa especializada o estágio de desenvolvimento de Windows 10. E, nela, vimos como a Microsoft decidiu desenvolver o sistema – ao menos no que toca à interface com o usuário – em parceria com seu imenso contingente de usuários criando um grupo aberto de “Windows Insiders” que rodam sucessivos estágios (“builds”) de uma versão pré-beta do sistema operacional, denominada “Technical Preview” (TP), enquanto ele é desenvolvido, e levando a sério as sugestões destes usuários, integrando boa parte delas na nova versão (incidentalmente: quando comecei a usar Windows 10 TP em outubro passado, a etapa de desenvolvimento, ou “build”, era a 9860; pois bem, anteontem instalei a 9926 e, ao longo destes três meses, a evolução foi notável, particularmente a fusão – para mim muito bem sucedida – do pranteadíssimo menu Iniciar de Windows 7 com a tela Iniciar de Windows 8, assunto que não cabe nesta coluna mas sobre o qual provavelmente meus preclaros leitores encontrarão alguma menção sobre ele aqui mesmo no TechTudo).
Veja todas as colunas do B. Piropo
Vimos ainda que Windows 10 rodará em praticamente todo tipo de dispositivo, desde os grandes computadores de mesa até os pequenos telefones, passando por “notebooks”, tabletes e até mesmo no Xbox, o console da Microsoft. Inclusive alguns que sequer foram lançados, como o “hololens” (que aparece à direita logo abaixo do logotipo de Windows 10 na Figura 1). E que, em no cerne (“kernel”) de todos eles, estará sempre o mesmo Windows 10, mudando apenas a interface, otimizada para o tamanho e tipo de tela (sensível ao toque ou não). O que fará com que aplicativos desenvolvidos para um dispositivo rodem igualmente bem em todos os demais.
E vimos, finalmente, que isto ensejou a criação dos chamados “aplicativos universais”, aqueles desenvolvidos para rodar em toda a gama de dispositivos capazes de hospedar Windows 10. Que, apelando para a nuvem, permitirão iniciar a criação de um documento em um destes dispositivos e dar continuidade a ela em qualquer outro, onde quer que se esteja. E mais: o fato de serem assim versáteis não fará com que estes programas, capazes de rodar em dispositivos de baixa capacidade de processamento, se comportem mal em máquinas mais potentes. Tanto é assim que a poderosa trinca Word, Power Point e Excel, além de outros componentes do pacote MS Office, integrará o elenco de aplicativos universais.
E, finalmente, informamos que a MS divulgou que, durante o primeiro ano após o lançamento de Windows 10, toda máquina rodando Windows Phone 8.1, Windows 8.1 e, quem diria, Windows 7, receberá Windows 10 como uma atualização gratuita. O que, a meu ver, é a mais drástica tentativa de uma empresa para assegurar a liderança do mercado que vejo acontecer desde os tempos em que comecei a acompanhar de perto este mercado ainda na era do byte lascado (ou seja, há pouco mais de um quarto de século).
E fechamos a coluna anterior mencionando um tema novo: o uso de Windows como um serviço (“Windows As a Service”).
O que vem a ser isso?
Bem, antes de explicar vou mencionar como, no evento acima citado, Terry Myerson, o Vice Presidente Executivo de Sistemas Operacionais da Microsoft, se referiu ao assunto durante o evento acima mencionado, para vislumbrar a medida de sua importância. Disse ele: “Windows 10 is much more than the latest version of Windows. Windows 10 changes the rules of the game and redefines the relationship between us and our customers” (Windows 10 é muito mais que a mais recente versão de Windows. Windows 10 muda as regras do jogo e redefine a relação entre nós [a MS] e nossos clientes).
Mas de onde decorre tanta importância?
Do fato de que Windows 10 não será apenas a mais nova versão de Windows: será a última.
E isto não quer dizer, como é óbvio, que a MS vai parar de desenvolver Windows. Quer dizer apenas que, de acordo
Vamos ver se me explico.
Desde o final dos anos oitenta do século passado, quando a MS lançou Windows, o sistema evoluiu um bocado.
E como vinha se dando esta evolução?
Bem, no começo, quando a Internet ainda não estava ao alcance do comum dos mortais, não havia outro jeito: de tempos em tempos a empresa anunciava o lançamento de uma nova versão e os usuários, pressurosos, corriam às lojas de software para adquirir sua caixinha com um pacote de disquetes. Tanto quanto eu me lembro, foi assim pelo menos desde Windows 3.0, a primeira versão de Windows a fazer algum sucesso e a primeira que vi rodar. E assim prosseguiu até a era da Internet pública.
Então a coisa passou a ser mista. A evolução ainda se dava de versão em versão: Windows 3.1, Windows For Workgroups, Windows 95, e assim por diante. Mas, com a Internet ao alcance de todos, tanto se poderia adquirir o produto em lojas – já em discos óticos, com a queda em desuso dos disquetes – ou baixa-lo, inteiro, da Internet.
Então começou a era das atualizações e dos “pacotes de serviços”. Primeiro esporadicamente, depois regularmente (toda segunda terça-feira de cada mês) a MS passou a liberar pequenas alterações do sistema operacional, seja para corrigir fragilidades, seja para incluir algumas melhorias. E, de tempos em tempos, condensava todas as atualizações liberadas em certo período e as lançava como um “pacote de serviço.”
Mas todas as grandes alterações vinham sob a forma de uma nova versão (ou quase todas: o Windows 7 SP1 continha tantas alterações que quase poderia ser considerado uma nova versão). Assim vieram o malfadado Windows Me, o longevo Windows XP, o triste Windows Vista, o mui bem sucedido Windows 7 e o detestado Windows 8. Versões sucessivas com grandes alterações que mudavam a cara (interface com o usuário) e o coração (cerne, conjunto de rotinas internas) do sistema operacional.
Pois bem, segundo a Microsoft, isto acabou.
Windows passará a ser fornecido como mais um dos muitos serviços prestados através da Internet.
Ainda citando Myerson: “Nos próximos anos nós poderemos encarar Windows como o maior serviço da Internet no planeta”.
Isto quer dizer que, como qualquer outro dos muitos serviços prestados por Google e afins, Windows passará a ser considerado uma permanente obra em andamento (os que testemunharam o surgimento do Google talvez ainda se lembrem do fato de que durante anos a fio ele foi sempre classificado como “versão beta”).
Windows, naturalmente, continuará a evoluir, recebendo frequentemente eliminações de vulnerabilidades, correções de “bugs” e, como é óbvio, novos recursos e funcionalidades, alguns bastante importantes (pequenas amostras foram exibidas no evento, mas não cabe comentá-las aqui). Mas isto será feito quase que continuamente, como hoje são feitas as atualizações mensais.
E, ainda nas palavras de Myerson: “E, como em qualquer outro serviço de Internet, a pergunta ‘que versão [de Windows] você está rodando’ não mais fará sentido”.
Ou seja: definitivamente (pelo menos tanto quanto podem ser “definitivas” as decisões tomadas neste volátil mercado de informática) Windows 10 será a última versão de Windows.
Surpreso?
Não deveria estar.
Há quase exatos três meses eu publiquei aqui mesmo uma coluna intitulada “Por que Windows 10?” na qual citava algumas especulações sobre a então aparentemente inexplicável decisão da MS de “pular o 9” na sequência de numeração das versões de Windows. Entre elas, citei a opinião de Desire Athow em artigo do TechRadar intitulado “Why did Microsoft choose Windows 10 instead of Windows 9?”. Vou repetir aqui o trecho da coluna referente ao artigo:
“Desire Athow levanta uma hipótese … baseada na nova estratégia de atualizações … Segundo ela, todas as alterações que impliquem novas funcionalidades e melhoramentos no sistema operacional serão liberadas para os usuários domésticos assim que desenvolvidas pela MS. Com isto, Windows se tornará um sistema dinâmico, aumentando suas funcionalidades ao longo do tempo, o que eliminará a necessidade da emissão de futuras versões. Sendo assim, esta seria a última versão ‘numerada’ de Windows e, para um caso como este, o uso do numeral ‘10’ cairia melhor. O que, lembra ainda Athow, também poderia ser uma referência ao bem sucedido OS X da Apple, a décima iteração (daí o ‘X’, romano) do sistema operacional”.
Pois não é que agora o “10” faz todo o sentido?
B. Piropo
>>> Veja o artigo completo no TechTudo
Mais Artigos...
- Genshin Impact é o melhor jogo de 2020 para Android, elege a Google
- LoL: entenda o potencial da nova line up da paiN Gaming
- CellRobot: robô modular pode ser personalizado com até 100 formas
- Aprenda a reduzir o tremido das imagens em movimento na GoPro
- O que é Gorilla Glass: proteção contra arranhões está na maioria dos celulares
- Como cancelar um voo da Gol pela Internet
- BlizzConline 2021: veja como assistir, horário e expectativas do evento
- Motorola One Fusion vaza na web: veja ficha técnica do celular Motorola
- Spotify ganha 'modo sono'; veja como ativar o Timer
- Golpe no WhatsApp promete camisa da Seleção Brasileira; previna-se