Redes 4,5G prometem velocidades até quatro vezes maiores para os usuários de telefonia que ainda utilizam o 4G. Usando novas tecnologias e, em alguns casos, tirando proveito do fim da TV analógica, as operadoras de telecomunicações começaram a expandir esse tipo de rede no país.
Claro, TIM e Vivo já oferecem internet móvel nesse padrão, mas o serviço pode apresentar variações em relação à velocidade e disponibilidade. A seguir, entenda o que configura uma rede 4,5G (ou 4G+), saiba quais operadoras oferecem esse serviço no país e descubra se seu celular é compatível com as redes 4,5G.
O que é 4,5G?
Também chamado de 4G+, esse tipo de rede de dados para dispositivos móveis oferece velocidades superiores àquelas garantidas no padrão 4G, mas inferiores ao que se espera do futuro 5G, ainda não adotado no Brasil. Isso significa que uma rede 4,5G pode atingir taxas de 600 Mb/s (megabits por segundo), enquanto o padrão 4G opera em 100 ou 150 Mb/s. Da mesma forma, 600 Mb/s por segundo é igual a 75 megabytes por segundo (MB/s), enquanto 150 Mb/s equivale a 18,75 MB/s. Ou seja, o 4,5G é, em média, quatro a cinco vezes maiores do que o 4G original.
Por que não há consenso sobre a velocidade do 4,5G?
As variações ocorrem porque o 4,5G não é em si um padrão homologado no mundo todo. Ao contrário do atual 4G e do futuro 5G, em desenvolvimento, não há um consenso na indústria em torno desse tipo de rede, o que ajuda a explicar porque há diferenças entre o que os criadores da rede entendem como 4,5G e o serviço que operadoras individuais oferecem.
Como funciona?
Na prática, para o usuário, o 4,5G não oferece nenhuma diferença de operação: basta ativar o plano de dados do celular numa área com cobertura da sua operadora para tirar proveito da rede. Nesse caso, os requisitos são que o aparelho seja compatível com 4,5G e o plano dê direito a essa forma de acesso.
Por trás dos panos, o 4,5G funciona permitindo o que se chama de carrier aggregation (agregação de portadoras em português). Basicamente, isso se refere à possibilidade de que você tenha acesso a várias bandas simultâneamente, multiplicando a velocidade com que o usuário recebe dados da internet, já que está efetivamente tendo acesso a mais de uma rede ao mesmo tempo.
O carrier aggregation é o principal fator de velocidade das redes 4,5G. Quanto mais redes simultâneas o serviço oferecer, e quanto mais delas seu aparelho enxergar, mais rápida será a conexão. É por isso que existe 4G+ e 4,5G de diferentes patamares de performance: algumas operadoras oferecem carrier aggregation de duas redes ao mesmo tempo, outras oferecem mais redes e, assim, maior performance.
"Nós estamos retirando os equipamentos individuais de rede 2G, 3G e 4G. No lugar deles estamos colocando equipamentos mais compactos e inteligentes", explica André Sarcinelli, diretor de engenharia da Claro.
Para tirar proveito dessa vantagem, no entanto, você precisa ter um telefone compatível. No Brasil, os Galaxy S8, S8 Plus e Moto Z2 Force são exemplos de aparelhos que funcionam com o chamado carrier aggregation de até três faixas de frequência diferentes.
Ainda segundo Sarcinelli, os smartphones mais poderosos do mercado contam com a tecnologia MiMo 4x4 – com quatro antenas de transmissão e quatro antenas de recepção dentro do telefone. "É como se o celular tivesse quatro bocas e quatro ouvidos. Ele fala mais e ouve mais, resultando em maior desempenho", diz o executivo.
Qual é a diferença de 4,5G para 5G?
O 4,5G não é a mesma coisa que rede 5G. Embora ofereça desempenho maior do que o 4G, a rede 4,5G tem um perfil tecnológico intermediário entre o 4G e o 5G.
Como o padrão 5G ainda está em desenvolvimento, e do setor de infraestrutura de redes lideradas pela Huawei (que desenvolve a tecnologia de antenas, transmissores e tudo mais que efetivamente opera a rede de telefonia e internet) resolveram criar o 4,5G como um intermediário. Assim, se tornou possível a expansão dos serviços de internet até que o 5G tenha sua implementação viável, algo que atualmente se projeta para começar em 2020, com aplicações comerciais em 2021.
Esse processo iniciou-se em 2014, com os primeiros aparelhos compatíveis com essas redes chegando ao mercado em 2015.
Todos os celulares 4G são compatíveis com o 4,5G?
Em certa medida, sim. Aparelhos mais recentes, a partir de 2015, são compatíveis com a tecnologia. Alguns exemplos são os iPhone a partir do 6S, os Galaxy S6, S7 e S8, A5 e A7 e todos os Galaxy Note a partir do Note 4. Os Xperia X, X Compact, X Performance, XZ (todas as variantes), Z4 e Z5 (incluindo Premium e Compact) também são compatíveis com o 4G+.
Outras fabricantes, como Asus, Motorola e LG também têm celulares capazes de se comunicar por 4,5G. A melhor forma de descobrir se seu telefone é compatível com o 4,5G é verificar as especificações técnicas oficiais do modelo. Há aparelhos lançados após 2015 que não oferecem suporte ao 4,5G.
"Essas funcionalidades diferenciadas vão aparecer primeiro nos telefones premium, na faixa dos R$ 4 mil", afirma Sarcinelli. "Com o passar do tempo vai chegar aos smartphones intermediários. Este é o ciclo de negócios. A expectativa é de que o cenário seja outro daqui a seis meses", finaliza.
Quais operadoras oferecem 4,5G?
Claro, TIM e Vivo oferecem redes com velocidade que supera o 4G em alguma medida. Entretanto, como explicado anteriormente, não há uma padronização do que é 4,5G ou 4G+ de forma que as velocidades podem variar entre as operadoras, bem como a cobertura. A disponibilidade do 4,5G ainda engatinha no país.
Uma das necessidades do chamado 4,5G é o uso de redes de 700 MHz, ocupadas pelo sinal analógico de TV em boa parte do território nacional. Por conta disso, a cobertura das redes 4,5G só vai aumentar conforme o sinal analógico for sendo progressivamente desligado em todo o país.
Com informações: Fierce Wireless, Android Authority, Huawei, 4G.co e Qualcomm
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