Street Fighter 2 e Mortal Kombat foram games de luta que fizeram um enorme sucesso no início dos anos 90 e deram início a uma grande onda de títulos que buscavam aproveitar essa febre. Porém, nos dias atuais muitas dessas franquias acabaram deixadas de lado pela indústria. Alguns desses jogos como Samurai Shodown e Bloody Roar ofereceram boas novidades para o gênero e ficaram marcados para sempre na mente dos fãs que os jogaram em suas épocas. Relembre algumas dessas séries de luta que desapareceram através dos anos.
Art of Fighting (1992 - Fliperama, Neo Geo, Super Nintendo, Mega Drive, PC Engine CD)
Um dos primeiros jogos de luta da clássica SNK, Art of Fighting era uma espécie de prequel de outra série de sucesso da empresa: Fatal Fury. O game contava sobre eventos anteriores aos de Fatal Fury, como a ascensão do icônico vilão Geese Howard, conceito que mais tarde seria utilizado por Street Fighter Alpha.
Porém, a maior contribuição de Art of Fighting foi a introdução de golpes especiais, um deles que precisava ser desbloqueado em um dos minigames bônus durante o jogo e outro que só poderia ser usado quando os personagens tivessem pouca energia. A série teve apenas três games, o último deles Art of Fighting 3: The Path of the Warrior em 1996, porém seus personagens hoje lutam ao lado de outras figuras da SN
World Heroes (1992 - Fliperama, Neo Geo, Super Nintendo e Mega Drive)
Embalado pelo sucesso de Street Fighter 2 a SNK realizou uma parceria com um estúdio chamado ADK para criar World Heroes, um jogo de luta um pouco menos técnico porém com algumas ideias criativas. A história do game envolvia viagem no tempo e personagens baseados em famosas figuras como Bruce Lee, Hulk Hogan, Rasputin, Joana d'Arc, mesmo sem usar seus nomes reais.
Uma curiosidade era o modo Death Match no qual eram introduzidos elementos que causavam dano no ringue como espinhos, eletricidade e fogo. A série não durou muito e seu quarto e último título foi World Heroes Perfect em 1995.
Clay Fighter (1993 - Super Nintendo e Mega Drive)
Em meio a toda a seriedade dos jogos de luta levantada pela competitividade que cercava Street Fighter 2, a série Clay Fighter trouxe um pouco de ar fresco para o gênero com algo que realmente faltava: humor. Todos os personagens são criativos e parecem saídos diretamente de um desenho animado graças a seus designs bizarros e animação em stop-motion, para não mencionar golpes estranhos e onomatopeias.
O game contava também com uma música tema bem animada. O último game da série foi Clay Fighter 63⅓ para o Nintendo 64 em 1997. A produtora Interplay chegou a anunciar um remake do jogo original para 2016, porém todo esse tempo sem notícias indica que o projeto deve ter sido cancelado.
Samurai Shodown (1993 - Fliperama, Neo Geo, Super Nintendo e Mega Drive)
Mais uma série da SNK, Samurai Shodown se destacava em relação aos outros games de luta da época por ser mais rápido e voltado para o combate com armas brancas, especialmente katanas, algo que poucos games faziam na época. A melhor parte de Samurai Shodown, além da variedade de armas e estilos de luta é que alguns golpes tinham uma grande sensação de impacto com direito a sangue e reação em câmera lenta de seus oponentes.
A série foi uma das mais numerosas da SNK com seis games numerados e um RPG para PSOne. Seu último título original foi Samurai Shodown: Edge of Destiny em 2008 para fliperamas e o Xbox 360.
Primal Rage (1994 - Fliperama, Super Nintendo, Mega Drive, 32X, 3DO, PSOne, Saturn, Jaguar CD e PC)
Enquanto a maioria dos games de luta contava com lutadores humanos, Primal Rage foi um dos primeiros a usar a ideia de bestas gigantes em combates. As criaturas eram e o jogo ainda contava com um sistema de execuções após a vitória como os Fatalities de Mortal Kombat, porém o mais interessantes era a possibilidade de devorar humanos no meio do combate para recobrar energia.
Os gráficos da versão para fliperamas impressionavam na época com técnicas de stop-motion e nem o Super Nintendo ou o Mega Drive conseguiram reproduzir seu visual até a chegada dos consoles que usavam CDs. O jogo não chegou a ter sequências, mas fãs divulgaram uma versão inacabada de um protótipo de Primal Rage 2 na internet.
Fighting Vipers (1995 - Fliperama e Saturn)
Desenvolvido pela Sega, o visual de Fighting Vipers lembrava bastante o de outro clássico da empresa: Virtua Fighter 2, porém bastava um olhar mais atento para perceber o que fazia este game tão diferente. Em Fighting Vipers todos os lutadores utilizavam armaduras, as quais poderiam ser quebradas com golpes especiais e assim deixar pontos mais vulneráveis de seus adversários.
Apesar de divertido e frenético o jogo não fez muito sucesso por não ser tão técnico quanto outros games da época. Sua sequência Fighting Vipers 2 foi lançada apenas nos fliperamas japoneses em 1998 e para o Dreamcast no Japão e Europa em 2001.
Tobal No. 1 (1996 - PSOne)
Em uma empreitada da famosa Squaresoft ao lado da novata DreamFactory nascia o incomum Tobal, um jogo de luta razoável com design de personagens por Akira Toriyama, o criador do desenho animado Dragon Ball.
Inicialmente o combate de Tobal não chama muita atenção, porém ele apresentava um criativo modo aventura que adicionava profundidade ao game e seria uma boa pedida até mesmo para os jogos de luta atuais. Houve uma sequência chamada Tobal 2 em 1997 porém como o original não havia feito muito sucesso no ocidente, esta ficou apenas no Japão.
Rival Schools (1997 - Fliperama e PSOne)
Com o sucesso de games como X-Men vs. Street Fighter que eventualmente se transformariam na série Marvel vs. Capcom, Rival Schools foi uma aposta da Capcom nos games de luta em dupla, porém com um foco em personagens poligonais. Os golpes especiais, super saltos e combos pareciam tirados diretamente da franquia de Crossovers da empresa porém ainda mais divertidos e com personagens originais e carismáticos, alunos superdotados de escolas rivais.
O terceiro e último game da franquia chamado Project Justice foi lançado em 2000 para fliperamas e 2001 no Dreamcast. O diretor da série, Hideaki Itsuno, comentou em 2016 que gostaria de fazer uma nova sequência.
Bloody Roar (1997 - Fliperama e PSOne)
Durante a transição do 2D para o 3D, Bloody Roar foi um dos games que se sobressaiu com ideias divertidas e um estilo de batalha frenético. O que à primeira vista era um jogo de luta comum, logo mudava de perspectiva ao introduzir transformações em animais antropomorfizados. Cada lutador era capaz de se transformar em um animal diferente e se tornava muito mais feroz e seus golpes mais poderosos nesse estado.
A série teve um bom sucesso até o segundo game, porém quando Bloody Roar 4 foi lançado para o PlayStation 2 em 2003 seu conceito já não era mais tão interessante. Após o fim de sua criadora, a Hudson Soft, a franquia agora pertence à Konami.
Super Gem Fighter Mini Mix (1997 - Fliperama, PSOne e Saturn)
Mais um game de luta que esbanja humor é Super Gem Fighter Mini Mix, às vezes mais conhecido pelo seu nome japonês Pocket Fighter. Este título da Capcom reúne personagens de suas séries Street Fighter e Darkstalkers com gráficos "Chibi" ou "SD" (Super deformado) com grandes cabeças em corpos pequenos, provenientes da série de quebra-cabeças Super Puzzle Fighter II Turbo.
A jogabilidade é simples, porém divertida, com combos fáceis de fazer nos quais os personagens usam roupas engraçadas e até fazem cosplay de outros heróis da Capcom. Houve apenas um capítulo na série de luta, porém um novo Puzzle Fighter foi lançado esse ano para dispositivos iOS e Android.
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