Milton Santos, geógrafo brasileiro que faria 92 anos, é o homenageado do Doodle do Google desta segunda-feira (1). Nascido na Bahia, o pesquisador ficou conhecido por seus estudos críticos ao capitalismo e por seus livros, como "Por uma outra globalização" e “A Natureza do Espaço". Em 1994, ganhou o prêmio Vautrin Lud, reconhecimento maior da sua área de atuação.
A ilustração na página inicial do Google substitui as letras do logo clássico do buscador por imagens de campo, o rosto de Milton Santos, o mapa do Brasil, um arranha-céu e o globo mundial. Assim, o Doodle celebra, não só a biografia do pesquisador, mas também elementos importantes do estudo do geógrafo, como o contraste entre periferia e centro, a globalização e o território brasileiro.
Apesar do diploma em Direito pela Universidade Federal da Bahia, Milton Santos sempre se interessou por geografia, a ponto de lecionar a disciplina no Instituto Baiano de Ensino já aos 15 anos. O brasileiro também era atraído pelo jornalismo, tendo ocupado o posto de redator do jornal baiano A Tarde por dez anos, de 1954 a 1964. Nessa mesma época, acumulou também o cargo de professor de geografia humana na Universidade Católica de Salvador.
Milton Santos saiu do Brasil em 1964 em razão do golpe militar, viajando por países a partir de convites para dar palestras em faculdades estrangeiras. Nesse período, passou pela França para dar aula em instituições de ensino como Toulouse, Bordeaux e Paris-Sorbonne. Fora do continente europeu, também lecionou a pedido de universidades na Tanzânia, Canadá, Venezuela e Estados Unidos. Lá, foi ainda pesquisador pelo MIT (Instituto Tecnológico de Massachusetts).
O geógrafo voltou ao Brasil em 1977 e, a partir de então, se tornou professor na Universidade Federal do Rio de Janeiro até 1983, quando passou a dar aulas na Universidade de São Paulo. Em 1997, Milton Santos ganhou o Prêmio Jabuti de Literatura pelo melhor livro das Ciências Humanas, com a obra “A Natureza do
... Espaço: Técnica e Tempo, Razão e Emoção”. Mesmo depois de aposentado como professor, Milton continuou fazendo pesquisas e orientações de alunos até a sua morte. Ele faleceu em julho de 2001, aos 74 anos, em decorrência de um câncer na próstata.
