Os pagers estão com os dias contados até mesmo no Japão. A última operadora do serviço no país, a Tokyo Telemessage, anunciou encerrará a operação em setembro de 2019, para tristeza dos atuais 1,5 mil usuários. A tecnologia atingiu seu ápice em todo mundo em meados da década de 1990, quando esteve presente na vida de 800 mil brasileiros em 1996. Nas linhas a seguir, o TechTudo relembra como funcionava o sistema que antecedeu SMS e – por que não? – o WhatsApp.
O que é?
Pager ou bipe, como o aparelho também era chamado no Brasil, foi o meio de comunicação móvel que precedeu os celulares. O dispositivo, ainda usado por profissionais como médicos, consiste em um pequeno receptor de rádio associado a um código ou número de telefone pessoal. Quem deseja se comunicar deve citar ou discar a sequência numérica juntamente com a mensagem a ser enviada. A central encaminha o conteúdo por meio de uma rede de antenas transmissoras de rádios que fala com milhares de outros pagers. Apesar de todos receberem cópia da mensagem, somente o dispositivo correspondente ao código pessoal informado pelo emissor solta um alerta.
Na época em que a tecnologia chegou ao Brasil, em 1992, o sistema era menos automatizado. Era necessário ligar para uma central de atendimento, informar o número do pager e ditar a mensagem para um atendente, que redigia o conteúdo e o encaminhava para o dispositivo em questão. Em pouco tempo, a pessoa recebia o texto e, caso necessário, procurava um telefone fixo para retornar o contato.
O aparelho contava com 10 mil usuários no ano de estreia no país. Em 1993, saltou em 100 mil a quantidade de pessoas atendidas e para 800 mil somente três anos depois. Dentre as operadoras que operavam aqui estavam a Teletrim e a PageNet.
Histórico e tecnologia
Apesar de ter se popularizado mundialmente nas décadas de 1980 e 1990, a tecnologia foi desenvolvida em 1949 pelo inventor do walkie-talkie, o canadense Al Gross. Inicialmente, era utilizada estritamente para comunicações críticas entre socorristas, como policiais, bombeiros e profissionais da área médica. Somente em 1958, a Federal Communications Commission (FCC) autorizou o uso dos pagers pelo público em geral.
Os primeiros modelos usavam two-tone e tinham somente a opção de notificação. Sendo assim, o receptor só conseguia saber quem ou o motivo do contato ao telefonar para uma central de controle de chamadas. Esse sistema suportava no máximo 870 pagers diferentes.
Já na década de 1970, foram desenvolvidos dispositivos com alto-falante e receptor de áudio analógico. Ao receber a mensagem, eles reproduziam uma voz humana lendo o conteúdo.
Modelos com display, capazes de exibir mensagens digitais, primeiramente numéricas, surgiram na década de 1980. Aparelhos desse tipo podem utilizar dois tipos de protocolo para enviar o conteúdo: o POCSAG, que suporta até dois milhões de pagers, e o FLEX, desenvolvido pela Motorola e compatível com cinco bilhões de aparelhos.
O auge dos pagers aconteceu em meados dos anos 1990, quando atingiu 61 milhões de usuários. As principais marcas eram Motorola e Research In Motion (atualmente BlackBerry), que chegaram, inclusive, a desenvolver aparelhos com teclado para responder as mensagens recebidas. Na mesma década, entretanto, os bipes entraram em decadência devido à popularização dos celulares.
Apesar da redução massiva de usuários nos últimos anos, principalmente em tempos de SMS, WhatsApp e Facebook Messenger, o pager ainda é utilizado no Japão, por exemplo.
“O uso de rádio de alta frequência significa que os sinais alcançam mais longe, precisam de menos trans
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