Man of Medan é um game de terror para PS4, Xbox One e PC que, para muitos, é o grande sucessor de Until Dawn. Desenvolvido pela mesma empresa, a Supermassive Games, o novo título chega com uma proposta de ser uma nova série, intitulada Dark Pictures, onde Man of Medan chega como a primeira de muitas outras histórias a serem contadas. Confira o review do game:
Entrando de gaiato no navio
Embora os jogos não tenham uma ligação direta, é impossível não fazer uma comparação entre os dois títulos da Supermassive. Enquanto Until Dawn apostava em um terror adolescente no estilo "Pânico", Man of Medan busca criar algo próprio, sem grande clichês ou inspirações, embora seja quase impossível conseguir tal proeza nos dias atuais.
O jogo conta a história de um grupo de amigos que partem para um mergulho em busca de um avião submerso. Entretanto, o que era para ser um dia de aventuras no fundo do mar, toma proporções maiores, levando-os a um antigo navio da Segunda Guerra abandonado no meio do oceano. Uma vez lá, precisam lutar para sobreviverem em meio a maldição que assolou o barco no passado e se mostra mais ativa do que nunca.
Embora esse enredo não tenha nada de inovador para o gênero, a forma com que ele se encaixa no que o jogo propõe (em termos de multiplayer e jogabilidade que falarei mais adiante) é perfeita. Pena que a história se prolongue por muito tempo até que as coisas de fato comecem a acontecer. Em outras palavras: embora o jogo tenha cerca de 6 horas de duração, leva quase 2 para que a trama principal comece a se desenvolver e, principalmente, a pipocarem os sustos.
Jogabilidade bebe da fonte de Until Dawn
Man of Medan mantém praticamente a mesma jogabilidade que foi apresentada em Until Dawn. Ela se resume a movimentar os personagens pelos cenários - quase sempre limitados a corredores e salas - e acionar o botão para interagir com determinado elemento, como abrir uma porta ou pegar e investigar um item. Embora simples, preciso dizer que encontrei uma certa dificuldade para movimentar o personagem em muitos pontos, seja pela troca de câmera que acaba escondendo passagem e portas, como pela mobilidade um pouco travada para o que ela exige.
Os "momentos de ação" fazem com que o jogador tenha uma mescla de habilidade com memorização do joystick do console que você usa. Isso porque esses momentos exigem que você pressione um determinado botão botão e as combinações apresentadas na tela, ou movimente o cursor até um pequeno alvo e, posteriormente, acione um outro botão.
Pode parecer simples, mas essas cenas são carregadas de tensão e trazem um tempo curto para que as ações sejam executadas. Embora muitas não acarretem na morte instantânea do personagem, a medida com que os erros vão sendo cometidos, há uma exigência maior tanto de tempo como de mais combinações, o que ampliam o clima de tensão do jogo.
Confesso que ao mesmo tempo em que acho a mecânica um pouco ultrapassada, já que a mesma lembra os antigos "Point and Click" dos anos 90, para o que o game propõe, ela cai como uma luva. Embora seja só o segundo título do que promete ser uma promissora franquia de terror, já podemos dizer que a jogabilidade adotada traz um estilo Until Dawn, seja com os comandos que se mantém, até as premonições e outros elementos que surgiram no game anterior. E não ficarei espantado se em breve títulos de outras empresas começarem a beber dessa onte.
O divertido Modo Multiplayer
Desde que foi anunciado, muita gente torceu o nariz para o novo multiplayer. Afinal, como um game de terror com uma proposta tão solitária poderia proporcionar diversão para diversos jogadores ao mesmo tempo? A resposta é simples: Man of Medan não foi revolucionário, apenas criativo!
Da mesma forma que é sempre mais divertido assistir um filme de terror com seus amigos, Man
Também é possível jogar online (!?) no modo chamado História Compartilhada. Entretanto, é um tanto estranho ter uma campanha dividida, e não chega perto de ter a mesma graça de ver seus amigos se dando mal ao seu lado, ou um complicando a vida do outro.
Visual com Ray Tracing e trilha sonora matadora
O visual de Man of Medan tem a proposta clara de ampliar a sensação de medo e tensão como a de outros elementos do game - como jogabilidade e trilha sonora. Com isso, toda ambientação é construída em elementos característicos de filmes e jogos de terror. Portanto, prepare-se para corredores com pouca iluminação, corpos espalhados, localidades destruídas e tudo que faria qualquer ser humano sujar as calças caso ficasse sozinho por lá.
A versão de testes rodou em um PC com a seguinte configuração:
Placa de Vídeo: GeForce RTX 2080
Processador Intel i7 8700
Memória RAM: 16GB DDR4 XPG
Man of Medan é um dos mais recentes jogos compatíveis com a tecnologia Ray Tracing das placas GeForce RTX Série 20. Com isso, além de ter tido um jogo sem qualquer problema com queda de frames, a qualidade gráfica de cenários e efeitos de luz e sombra fazem com que o jogo tenha um performance muito superior a dos consoles, Xbox One e PS4.
E assim como Until Dawn, Man of Medan usa atores reais, como o astro Shawn Ashmore (X-Men e Quantum Break), para realizar um processo de caracterização visando tornar o jogo mais realista. Confesso que não achei a execução muito boa, principalmente pelas expressões faciais dos personagens que não conseguem reproduzir medo ou pavor de uma forma convincente.
Mas se tem algo que merece muitos os elogios é a trilha sonora do jogo. É incrível o quanto ela casa com o que cada cena impõe, seja uma perseguição, uma clima romântico, ou um momento de perigo. E para completar, ainda há um heavy metal na abertura do game que me fez bater os pés e dar uma leve balançada de cabeça.
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