Fortnite, jogo Battle Royale desenvolvido pela Epic Games, foi banido da App Store e Google Play Store na última quinta-feira (13). A remoção do download das lojas marcou o início oficial de uma briga judicial entre as três empresas. De um lado, a Epic discorda dos 30% que os desenvolvedores devem pagar às lojas de aplicativo. Do outro, Google e Apple afirmam que suas diretrizes são justas para os devs e seguras para os usuários. Com o jogo impedido de ser baixado em novos iPhones (iOS) e receber atualizações, a desenvolvedora lançou a campanha #FreeFortnite. Entenda, a seguir, a polêmica e o posicionamento de cada empresa.

Entenda a história

Fortnite foi lançado para celulares com iOS e Android em 2018, respectivamente em abril e outubro. Entretanto, a versão para Android não foi lançada originalmente na Google Play Store. Em entrevista a Eurogamer, a Epic afirmou na época ter ignorado a Play Store, pois não concordava com a taxa de 30% que todos os apps e produtos na loja do Google precisam pagar. Em abril de 2020, Fortnite finalmente foi disponibilizado na Play Store.

A polêmica voltou no final de julho desde ano. Pelo Twitter, o CEO da Epic Games Tim Sweeney criticou a Apple por cobrar 30% da receita obtida pelos apps. O ponto alto do impasse veio em 13 de agosto de 2020, quando a a Epic lançou uma opção de pagamento direto no Fortnite para iOS e Android, com V-Bucks 20% mais baratos. No entanto, a novidade violaria as diretrizes da App Store e Google Play Store. No mesmo dia, Fortnite foi removido das duas lojas. A Epic, por sua vez, abriu um processo judicial contra Google e Apple por conta de seus "monopólios ilegais".

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O que diz a Epic Games

Enquanto a Apple argumenta que a Epic está procurando um acordo especial, a empresa nega a informação. Em comunicado, a desenvolvedora do Fortnite afirmou estar "lutando por plataformas abertas e políticas igualmente benéficas para todos os desenvolvedores". Sweeney também criticou as empresas pelo uso abusivo de suas presenças no mercado.

Além de definir os 30% lucrados pelas empresas com compras in-app como "exorbitante", a Epic destaca que apps como Uber, que oferecem bens na vida real, não precisam utilizar o mecanismo de pagamento da Apple. Segundo o CEO da Epic, esse lógica deveria se estender a todos os desenvolvedores. Em contraste à Apple Store e Google Play Store, a Epic Games Store cobra um comissão de 12% aos parceiros terceirizados.

Em resposta à retirada de Fortnite da App Store, a Epic lançou um vídeo inspirado em "1984". Escrito por George Orwell, o livro retrata uma sociedade distópica onde tudo é controlado pelo "Big Brother". A animação também faz referência a um comercial lançado anos atrás pela Apple.

O que diz o Google

Em comunicado, o Google apontou que os usuários podem instalar aplicativos de outras maneiras, e disse que usar a Play Store "é uma escolha". A empresa destaca que o ecossistema aberto permite os desenvolvedores distribuírem aplicativos por meio de várias lojas. Referente à Google Play Store, a companhia diz ter políticas consistentes e justas para os desenvolvedores, e que mantém a loja segura para os usuários. Segundo um porta-voz do Google ao The Verge, não existe nenhum problema com as lojas externas à Play Store, nem com a Epic distribuir Fortnite nelas.

O que diz a Apple

Já a Apple disse em seu comunicado que oferece aplicativos na App Store há dez anos, se beneficiando do ecossistema, incluindo ferramentas, testes e distribuição o

... ferecidos aos desenvolvedores. A empresa diz que ao decidir lançar Fortnite na App Store, a Epic concordou com as diretrizes da App Store livremente. Para a Apple, "o fato dos interesses comerciais da Epic levarem a pressionar por um acordo especial" não mudam o fato de que as diretrizes criam condições justas para os desenvolvedores e tornam a loja segura para os usuários.

No mais, tanto Google quanto Apple disseram que estão abertas a discutir com a Epic sobre a possibilidade do retorno de Fortnite às duas lojas.

Via Epic Games, The Verge, The New York Times, MacRumors, NerdStash, Twitter, The New York Times, Play Console, Variety, BBC, The Verge, TechCrunch, Polygon e Variety



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