A IARPA, agência de pesquisa norte-americana voltada ao desenvolvimento de tecnologia de inteligência, anunciou que pretende construir um computador capaz de atingir a marca de 1 exaflop de processamento. A marca equivale a 1000 petaflops, algo 40 vezes mais rápido que os supercomputadores atuais. O projeto ambicioso será desenvolvido em parceria com IBM, Raytheon e Northrop Grumman (as duas últimas são fabricantes de equipamentos e sistemas de defesa).

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Projeto C3 pode revolucionar a informática com a aplicação dos supercondutores (Foto: Reprodução/ESO)

Como você pode imaginar, esse não é o tipo de coisa barata de se fazer. Embora valores do projeto não tenham sido divulgados, sabe-se que o Japão, recentemente, investiu 1 bilhão de dólares na tentativa de construir um supercomputador de 1 exaflop.

Para chegar no 1 exaflop a IARPA promete um supercomputador supercondutor que funcione em baixíssimas temperaturas. A ideia é aumentar a performance, já que quanto mais frio é o equipamento, melhor é a sua condutividade (e mais baixa a latência). Essas circunstâncias também garantem custos de operação mais baixos.

Os supercomputadores atuais são equipamentos extremamente capacitados. Mas há um problema na busca por máquinas cada vez maiores: o gasto de energia aumenta exponencialmente, já que quanto mais poder o computador tem, mais calor ele dissipa. Para evitar que o calor do computador o torne inviável, enormes e complexos sistemas de refrigeração precisam ser desenvolvidos no entorno da máquina. A questão é tão séria que o custo de um supercomputador é sempre calculado tendo em vista a previsão de quanta energia elétrica ele precisará para se manter em uma temperatura minimamente operacional.

Um material supercondutor é aquele que tem resistência igual, ou muito próxima, a zero. Com baixa resistência, a energia circula pelo sistema com mais velocidade e mais eficiência, sem a geração de calor. Sabe-se, por exemplo, que um fio de cobre resfriado ao zero absoluto (-273°) é capaz de conduzir uma corrente elétrica indefinidamente, sem a aplicação de uma voltagem. Num cenário desses, os custos de se manter um supercomputador cairiam vertiginosamente, na mesma medida, os potenciais de processamento aumentariam muito.

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Há um motivo para que você tenha ouvido falar pouco da IARPA, que comanda o processo todo. A agência desenvolve tecnologia para as agências de inteligência e segurança dos Estados Unidos: CIA e NSA. Entre os prováveis uso de um supercomputador supercondutor estão o processamento de big data, decriptamento de mensagens e arquivos (com provável uso de escutas telefônicas legais, ao menos nos Estados Unidos).

Via IARPA e NextGov



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