N-Gage, Virtual Boy, CD-i, Jaguar e 3DO são considerados alguns dos piores videogames de todos os tempos. Seja pela falta de jogos, tecnologia mal implementada, baixas vendas ou outras características: eles não fizeram sucesso e tiveram vida curta no mercado. Saiba detalhes destes e outros aparelhos fracassados.
Quanto custariam atualmente os videogames antigos?
Virtual Boy
O Virtual Boy é a mancha no currículo da Nintendo, atual criador do Wii U, Wii, 3DS e DS, consoles relativamente populares e bem sucedidos entre seu público. O Virtual Boy, porém, foi um fracasso. Lançado em 1995, o aparelho sofreu de graves problemas, a começar pelo seu design pouco ergonômico.
Para jogar, era preciso colocar aparelho em cima de uma mesa e encaixar sua cabeça no visor, que ficava fixo. Na teoria, o Virtual Boy teria gráficos 3D, como no cinema 3D de hoje em dia, mas o efeito era precário. A falta de jogos também era um problema. Seu preço foi de US$ 180 e vendeu “apenas” 770 mil unidades, número baixo para os padrões da empresa, apenas para ser descontinuado em menos de um ano depois de lançado.
CD-i
O CD-i foi fabricado pela Philips e lançado em 1991. Foi vendido não apenas como um videogame, mas também como um tocador de CDs, grande novidade na década de 90. Seu maior inimigo foi o preço inicial, custando US$ 700 no mercado, mas logo vieram outros problemas, como a qualidade dos jogos.
Apesar da “potência” em ler CDs, o aparelho tinha games ruins e com qualidade de vídeo baixa, foi descontinuado apenas em 1998, e por isso conseguiu vender um milhão de aparelhos. Antes disso, a Philips tentou uma parceria com a Nintendo que não deu certo, mas que lhe concedeu os direitos de lançar jogos das séries Zelda e Mario. Games como Link: The Faces of Evil, Zelda: The Wand of Gamelon e Zelda’s Adventure são até hoje considerados os piores da saga.
N-Gage
O N-Gage é um caso bem peculiar de console portátil. Ele foi lançado pela Nokia como um celular com altas capacidades para game. O portátil veio com vários erros de design e de marketing. Lançado em 2003, por US$ 300, o aparelho ganhou uma nova chance, com relançamento feito em 2004, já com o nome de N-Gage QD.
Porém, o N-Gage sofreu com poucos jogos de peso lançados em seu catálogo. Apesar de ter sido um aparelho relativamente bom para jogos, era péssimo como celular. Para falar com alguém era preciso segurar o dispositivo rente ao rosto. Isso, claro, foi motivo de piada por muitos anos, mesmo após seu cancelamento, em 2005, com pouco menos de um milhão de unidades vendidas.
Dreamcast
Pode parecer estranho ter o Dreamcast em uma lista de “piores” consoles ou quase desconhecidos, mas seu fracasso é o mais simbólico de todos, já que levou a Sega a sair do mercado de consoles e focar-se apenas no desenvolvimento de jogos. O Dreamcast foi o primeiro console de “nova geração” a ser lançado na época do PlayStation 2 e do primeiro Xbox, quando saiu em 1999. Mas, infelizmente, seu marketing e mercado foram m
Até hoje, contabilizamos nove milhões de unidades comercializadas para o aparelho, o que é considerado bem pouco para um console da Sega, que vende 30 milhões de Mega Drive e 20 milhões de Master System. Por conta de uma postura agressiva da Sega, muitas desenvolvedoras importantes deixaram de apoiar o console, como a EA, o que fez com que ela perdesse relevância frente a concorrência. Apesar do preço baixo de US$ 200, não conseguiu tanto sucesso e foi cancelado em 2001, três anos depois de ser lançado.
Gizmondo
O Gizmondo é um aparelho bem curioso. Produzido pela Tiger Telematics, ele nasceu em 2005 para ser um portátil com games, GPS e câmera digital. Os problemas envolveram marketing fraco, poucos jogos lançados e a bateria que durava menos de quatro horas. Somente oito games foram lançados e 25 mil unidades do aparelho foram vendidos, antes de seu cancelamento, em 2006.
O videogame teria uma segunda versão, Gizmondo 2, lançada pouco tempo depois e com a chance de corrigir diversos erros. Porém, a Tiger Telematics faliu, após seu dono ser preso por conta de um acidente de carro e também pelo fracasso comercial, trazendo graves problemas financeiros para a companhia.
Jaguar
Muita gente não sabe, mas o Jaguar foi um tipo de “novo Atari de nova geração”. Lançado em 1993 pela própria Atari, o console foi o primeiro videogame de 64-bit, quebrando diversas barreiras técnicas e paradigmas de sua época. O preço também era competitivo: US$ 250, ou US$ 100 a menos que seus competidores.
O controle era um grande problema, com muitos botões e tamanho pouco prático. A falta de jogos de expressão também atingiu o Jaguar em cheio – afinal, não adianta ter um console poderoso, se ninguém lançar games para ele, certo? Isso fez com que o aparelho não atingisse a popularidade necessária para competir com o PlayStation, que seria lançado pouco tempo depois. O portátil teve fim em 1994, com pouco menos de 250 mil unidades comercializadas.
Nintendo 64DD
O Nintendo 64DD é outra fabricação da Nintendo nessa lista, mas ele seria lançado como um console adicional ao Nintendo 64 padrão, por isso é bom não confundi-los. O aparelho foi anunciado em 1995 e lançado em 1999, após enormes períodos de atraso. Na teoria, ele poderia trazer games com melhores gráficos e exclusivos ao N64, mas a promessa não se cumpriu.
Foi descontinuado em 2001, com apenas 15 mil unidades vendidas, lançado somente no Japão, por cerca de US$ 100. Seu nome, “DD”, vem de “Disk Drive”, pois utilizava discos similares aos CDs no Nintendo 64. Também era possível utilizar um tipo de “Internet básica”, com o serviço Randnet, para distribuição de demos e que permitia ao usuário navegar na Internet. Mas é claro que o serviço também não funcionou como deveria. Apenas 10 jogos foram lançados, sendo eles quatro simuladores de pintura e música do Mario.
3DO
Também conhecido como 3DO Interactive Multiplayer, ou apenas 3DO, o console foi fabricado pela 3DO Company e lançado em 1993, visando entrar na era dos “aparelhos de novo milênio que usavam CD”. Seu maior inimigo foi o preço de lançamento: US$ 700, considerado um dos maiores até hoje, em termos de videogames. Apesar de toda a pompa, seus jogos não justificavam o preço investido.
Mais tarde seus direitos de fabricação foram comercializados com a Panasonic, visando baratear o custo e possibilitar seu desenvolvimento no mercado. Mas a falta de peças e o valor da produção alto continuam como empecilho. O aparelho foi descontinuado em 1996, após vender pouco menos de um milhão de unidades, com 300 jogos disponíveis ao longo de três anos.
R-Zone
O R-Zone ganhou algum destaque nas propagandas, quando foi lançado em 1995, inclusive no Brasil. Porém, ele tinha um grande atrativo lá fora: seu preço, que era de apenas US$ 30. Fabricado pela Tiger, a mesma do Gizmondo, o R-Zone não teve vida longa e parou de ser vendido em 1996.
Ele era comercializado em três aparelhos distintos: o visor de cabeça, um portátil com tela pequena e outro com tela maior. Os três rodavam os mesmos jogos, mas com diferenças gráficas. Contudo, o visual não era seu forte e os games do console mais pareciam com aqueles minigames que comprávamos na feira por R$ 10. Apenas 10 jogos foram lançados.
Pippin
O Apple Pippin, lançado em parceria com a Bandai, fabricante de brinquedos, em 1995. Disponível na época por US$ 500, o Pippin tinha tudo para fazer sucesso, principalmente pelos nomes envolvidos, mas falhou ao não tentar se decidir se era um computador ou videogame.
Foram fabricadas 100 mil unidades, mas apenas 42 mil foram comercializadas, o que representou prejuízo aos donos. Apenas 18 games foram lançados, com poucos exemplos famosos como Power Rangers e Dragon Ball Z. Apesar do fracasso, a Apple ainda lançou alguns acessórios, entre eles controles diferenciados, impressora, arma, memória extra, modem de Internet e até mesmo um drive de disquete.
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