Xenoblade Chronicles 2 é o aguardado RPG exclusivo para o Nintendo Switch. Desenvolvido pelo estúdio Monolith Soft, o título apresenta aos fãs uma nova história e personagens inéditos, apesar de manter a sua essência com combate tático e um gigantesco mundo aberto no continente de Alrest. Confira a análise do grande jogo do gênero para o console híbrido da Nintendo.

Confira a análise de Zelda: Breath of the Wild

À procura de um paraíso

Em Chronicles 2, o protagonista da vez é Rex, um jovem que vive em busca de tesouros e reside no corpo de um titã chamado Gramps. A história se inicia quando o herói aceita uma proposta generosa de trabalho e acaba sendo traído pelos próprios parceiros de missão que, posteriormente, se tornam vilões. 

Xenoblade Chronicles 2: confira a análise (Foto: Reprodução/Victor Teixeira)

Depois de ser abatido em combate, Rex viaja para um lugar utópico e passa a ser o guardião de uma garota chamada Pyra, que lhe concede o poder da Blade em troca de proteção. A partir daí, o objetivo da dupla é alcançar a região de Elysium, uma espécie de paraíso alocado no topo de uma árvore sagrada. Mesmo com a premissa diferenciada, é importante ressaltar que o jogo não escapa dos clichês típicos do gênero JRPG. 

Diferentemente dos dois games anteriores, Chronicles 2 se esforça muito mais para explicar os detalhes da história, especialmente nas duas primeiras horas. A trama explora de forma inteligente a relação entre Rex, Pyra - Driver e Blade - e seus aliados. Os diálogos, como de praxe, contam com o humor característico da série e trazem personagens cativantes, o que é algo de extrema importância para um RPG que pode ultrapassar facilmente centenas de horas.

A jornada é situada no continente de Alrest e presenteia os fãs com um mapa colossal repleto de atividades a serem cumpridas. As regiões são separadas por um imenso mar de nuvens, portanto cabe ao protagonista Rex descobrir meios de alcançá-las. Em termos de extensão, esse é um dos maiores mapas já vistos nos RPGs, o que é ainda mais surpreendente se considerarmos que trata-se de um game concebido para uma plataforma com hardware limitado. 

Xenoblade Chronicles 2 entrega um mundo gigantesco totalmente explorável (Foto: Reprodução/Victor Teixeira)

Além da campanha principal, há centenas de missões adicionais espalhadas pelos cenários, que concedem itens especiais e pontos extras de experiência. Mesmo que muitas dessas atividades sejam voltadas a cumprir favores simples, como coletar itens ou salvar NPCs em pontos específicos de Alrest, elas podem ser concluídas rapidamente. O lado negativo disso é que boa parte dos pedidos feitos pelos NPCs são superficiais e não enriquecem a trama em absolutamente nada, ou seja, foram inseridas apenas para passar o tempo.

A estrutura das missões secundárias sofreu grandes mudanças, considerando que agora é possível completar atividades em poucos minutos. Isso garante uma dinâmica diferente ao gameplay, visto que você consegue progredir mesmo com 15 minutos de jogatina. Apenas em caráter de comparação, em Xenoblade Chronicles, lançado para o Wii - e posteriormente adaptado ao New 3DS -, uma simples missão extra era capaz de tomar horas.

Camadas de complexidade

Tenha em mente que Xenoblade Chronicles 2 está bem longe de ser acessível. Ele requer paciência e exige a atenção nas dezenas de tutoriais que pipocam na tela a cada duas ou três linhas de diálogo. Apesar de serem um tanto quanto invasivos, eles são essenciais para explicar as complexas mecânicas e sistemas - e há, de fato, muita coisa a ser aprendida. 

... Xenoblade Chronicles 2 é um RPG complexo e pouco acessível (Foto: Reprodução/Victor Teixeira)

Como era de se esperar, o sistema de combate permanece tático como nos títulos anteriores. Os golpes básicos são executados automaticamente, enquanto o jogador movimenta o herói e gerencia os seus golpes especiais conhecidos como “Arts”. A principal vantagem é que agora é permitido equipar mais de um tipo de Blade, tornando as lutas mais dinâmicas.

O sistema de progressão é robusto e praticamente todas as características de Rex e seus aliados podem ser modificadas, desde a arma equipada até as habilidades passivas e ativas de cada um. É possível gerenciar os companheiros mercenários que estão à disposição, assim como trabalhar no desenvolvimento de habilidades capazes de conectar os personagens e estreitar suas relações no campo de batalha.

Chronicles 2 é um título a ser seguido com manual de instruções do lado, um RPG em que menus de acesso rápido aos tutoriais são mais relevantes do que indicadores no minimapa. Ainda que o ritmo seja cadenciado no início da aventura, as mecânicas passam a ser compreendidas depois de algumas horas explorando a imensidão de Alrest. 

Xenoblade Chronicles 2: visual está caprichado, mas traz problemas no modo portátil (Foto: Reprodução/Victor Teixeira)

Muita ambição para pouco Switch

Podemos afirmar que, ao lado de Zelda: Breath of the Wild, Chronicles 2 é o jogo mais ambicioso do Nintendo Switch. Não somente em quantidade de coisas para fazer, mas também em dimensão e capricho. Os cenários são vastos e surpreendem pelo nível de detalhamento - um verdadeiro colírio aos olhos -, o ecossistema é dinâmico e o mundo ao qual Rex pertence é vivo e mutável.

No entanto, há problemas técnicos consideráveis que interferem diretamente na experiência. Ao jogar conectado à TV, por exemplo, com o console acoplado ao Dock, o RPG se sai bem rodando a 720p. Por outro lado, no modo portátil ele pode alcançar a resolução de 368p quando há muitos elementos na tela, o que torna o visual borrado e completamente ultrapassado. 

Conclusão

Xenoblade Chronicles 2 é uma ótima adição à biblioteca de exclusivos do Nintendo Switch e um título essencial aos fãs de RPGs das antigas. Ainda que tenha limitações técnicas e uma história moldada em clichês, há muito para se fazer e descobrir no expansivo continente de Alrest.



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