Se trabalhar de casa, fugir do trânsito e ter uma boa flexibilidade horária é o sonho de muita gente, por outro lado, ainda é o pesadelo de diversas empresas. A novidade é que graças aos avanços da tecnologia, essa realidade está mudando. Uma nova lei trabalhista, que entrou em vigor agora, em novembro, definiu “finalmente” regras claras para o trabalho remoto; o popular “home office”.
Ainda que muito arcaicas, as leis trabalhistas aceitam o trabalho a distância desde 2011. Mas só agora, em 2017, com o reconhecimento de que através da tecnologia tudo pode ser melhor controlado, esta reforma permitiu regulamentar devidamente o home office. Até então, as inúmeras brechas na legislação deixavam as empresas inseguras e desamparadas juridicamente na hora de colocar o trabalhador em casa. A principal mudança, que agora traz segurança jurídica para os dois lados, é que a lei passa a exigir um contrato por escrito que preveja como tudo vai funcionar: passando pelo uso das tecnologias, responsabilidades e condições.
Quem vê o Fernando assim, de pernas cruzadas em frente à TV, pode até sentir um pouco de inveja. Sim, ele está em horário de trabalho, mas graças ao home office, pode se dar ao luxo de algumas pausas entre uma e outra reunião mais estressante. Há um bom tempo, em uma iniciativa da própria empresa (e, claro, bastante comemorada por ele), o Fernando só aparece no escritório, no máximo, duas vezes por semana – isso, quando é realmente necessário.
Atrás apenas da China e Cingapura, o Brasil é o terceiro país onde o trabalho remoto mais cresce em todo o mundo. E, segundo uma análise da consultoria SAP, essa novo respaldo jurídico criado pela reforma trabalhista deve favorecer o crescimento do home office em cerca de 15% ao ano por aqui.
Já um estudo da Harvard Business Review, afirma que a produtividade do funcionário após a adesão da modalidade aumenta cerca de 13%. E a pesquisa “O Trabalhador Digital”, elaborada pela Citrix, afirma que 43% dos 900 entrevistados de seis países que responderam a um questionário realmente acreditam ser mais produtivos fora do escritório. E 81% deles preferem um emprego com horário flexível.
Como a gente explicou no início dessa matéria, a tecnologia é o grande viabilizador do home office. Usando as ferramentas certas, as empresas conseguem equilibrar a flexibilidade desejada pelos funcionários e, ao mesmo tempo, garantir a segurança dos dados da companhia. No trabalho remoto, a tecnologia que ganhou mais força foi a virtualização de aplicações e estações de trabalho inteiras – através dela é possível que a pessoa trabalhe de qualquer lugar, com qualquer tipo de conexão com a internet e usando qualquer tipo de dispositivo.
O nível de segurança pode ser definido de acordo com o perfil do funcionário ou com a aplicação que cada um precisar acessar. Aliás, ainda que a nova lei reconheça que não há necessidade de controlar horário no trabalho remoto, que mais importante é acompanhar a produtividade e os resultados dos seus colaboradores, a tecnologia também permite que esse controle seja feito de diversas maneiras se for preciso.
No final, todos ganham: empresas
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