Viver apenas com Bitcoin pode ser uma missão complicada, mesmo na maior cidade do Brasil. Quem pode afirmar isso é Nathan Fernandes, editor da revista Galileu, parte do mesmo núcleo do TechTudo. Durante uma semana, o jornalista de São Paulo limitou seus pagamentos ao uso da criptomoeda e encontrou algumas dificuldades. Entre elas, o baixo número de lojas, restaurantes e mercados que aceitassem a moeda – segundo ele, o mesmo de Aracaju, uma capital bem menor que SP.
Além disso, o BTC, sigla atribuída à unidade da criptomoeda, apresentou duas grandes desvalorizações durante a experiência. O valor inicial de R$ 1.500, convertidos em 0,05 BTC, foi usado para comprar comida, roupas e até uma tatuagem.
Os primeiros três dias foram de estudo – e com ajuda dos tutoriais do TechTudo. Nathan, ao longo da matéria, citou o site como fonte de informação para ajudar na jornada. Uma vez que o valor estava convertido e os centésimos de Bitcoin disponíveis na carteira virtual – a Bread Wallet foi usada para tal –, o editor estava pronto para explorar lugares que aceitassem a forma de pagamento.
Com a baixa oferta, a saída foi recorrer a um restaurante chique de trufas. Chegando lá, o jornalista esqueceu a senha e precisou recorrer às palavras de segurança para recuperar a credencial. Com um papel para cola, Nathan conseguiu pagar sua primeira conta por meio da Blockchain
No dia seguinte, o jornalista recorreu ao mesmo restaurante que foi no almoço anterior e comprou um pacote de risoto para os dias seguintes. A falta de opções também foi um empecilho quando recebeu um convite para sair à noite, sendo preferível fazer algo caseiro, sem a necessidade de gastar Reais.
Outra experiência citada pelo Editor foram as compras online, com melhores opções sem comparação com lojas físicas. Um dos recursos testados foi o site Pague com Bitcoin, que converte boletos originalmente na moeda tradicional. O serviço não funcionou para comprar alimentos, uma vez que supermercados online não geram boletos. Mais uma dificuldade relativa às limitações do experimento. Apesar disso, Nathan teve sucesso ao comprar roupas e pequenos lanches por meio de e-commerce especializado.
Com a sorte de realizar refeições gratuitas em algumas ocasiões, o dinheiro – que havia desvalorizado duas vezes – ainda foi utilizado para fazer uma tatuagem, que custou meros 0,00268 BTC, ou R$ 66,69, e comprar roupas íntimas. Destaque para a atendente da loja, que, segundo Nathan, disse o mesmo que na maioria dos lugares: “Você é o primeiro”.
O experimento do jornalista, que fez uma dieta praticamente a base de risoto, foi o suficiente para que chegasse à conclusão de que, hoje, é impossível viver apenas com Bitcoins. Talvez no futuro isso mude, mas por enquanto o dinheiro virtual não funciona para o dia a dia; tanto pela instabilidade quanto pela baixa de oferta de lugares que aceitem a forma de pagamento.
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