Os brasileiros estão comprando mais celulares na faixa dos mais baratos e na faixa dos mais caros, num movimento em direção aos extremos do mercado. É o que mostra uma pesquisa da consultoria de mercado GfK com dados do primeiro trimestre de 2020.
São os números mais recentes de um mercado que sofre fortemente com a pandemia do novo coronavírus. O período entre janeiro e março engloba as primeiras semanas de enfrentamento da doença no país, com isolamento social e muitas restrições.
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Aparelhos com preço de até R$ 700 representam 14,4% das vendas no período, contra 10,9% no primeiro trimestre de 2019. Houve aumento de 3,5 pontos percentuais. O diretor de varejo da GfK, Fernando Baialuna, explica que nesta faixa estão smartphones mais antigos. Eles já foram considerados intermediários no lançamento, há dois ou três anos. Agora, a desvalorização de preço os empurra para a categoria dos mais baratos.
“Alguns modelos da Samsung e da Motorola funcionam muito bem até hoje”, pondera.
Na outra ponta, os celulares de mais de R$ 2.500 também estão em alta. Houve crescimento de 17,3% para 21,6% de participação de mercado dos equipamentos neste valor, quando comparados os primeiros meses de 2019 e 2020.
Trata-se de um efeito colateral dos mais recentes lançamentos principalmente da Apple e da Samsung. Ainda de acordo com Baialuna, os modelos de ponta chegam ao mercado por cifras crescentes. Consumidores com mais disposição de bancar as inovações tecnológicas acabam por pagar mais por linhas como Galaxy S20 e iPhone 11, por exemplo.
Recentemente a Xiaomi decepcionou simpatizantes ao anunciar o Redmi Note 9 por valores a partir de R$ 2.699 no mercado doméstico. Usuários de redes sociais vocalizarem críticas à empresa, até então conhecida pelo bom custo-benefício. Parte desta percepção se explica pelo alto índice de smartphones Xiaomi contrabandeados e vendidos de forma ilegal, em especial em plataformas de compra e venda.
Apesar do levantamento indicar força maior em direção aos extremos, a faixa que vai de R$ 1.000 a R$ 1.500 ainda é a que mais atrai consumidores no país. Ela cresceu de 24,7% para 25,8% na passagem de 2019 para 2020, segundo o levantamento da GfK tendo como base n faturamento.
A LG prepara reforços para os clientes neste perfil. O gerente de produto e estratégia Fabrício Habib antecipa ao TechTudo que os próximos lançamentos terão “tela grande, quatro câmeras e bateria de longa duração�
“Não há telefone para o grande público com quatro câmeras, sendo uma delas compatível com fotos em macro”, defende o executivo. Ele fala do K41S, modelo capaz de tirar fotos muito de perto, para capturar detalhes como as tramas do tecido ou a textura de do alimento. A expectativa é de que os novos smartphones sejam anunciados na semana que vem.
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